Hoje é o décimo-quarto dia que uso o Fitbit Ultra Wireless Tracker no meu bolso. Virou meu tamagotchi, bichinho de estimação, projeto de transtorno obsessivo-compulsivo, diversão e curiosidade pros amigos que perguntam o que é isso.
O Fitbit Ultra é a segunda geração do rastreador pessoal criado pela Fitbit, lançada em outubro do ano passado, e traz alguns aprimoramentos em relação ao produto original, que saiu em 2008 e esgotou rápido. Pelo menos agora o produto é mais fácil de encontrar no varejo: comprei o meu em uma máquina da Best Buy no aeroporto de Las Vegas, voltando da CES.
E o que ele faz? Com um acelerômetro de três eixos e um altímetro, o Fitbit Ultra rastreia as atividades diárias (passos, distância percorrida, lances de escada, calorias queimadas) e noturnas (qualidade do sono). Sei que estou acima do peso mesmo, então usar um gadget desses também pode me incentivar a me mexer mais – e, depois de 14 dias, não perdi nem um quilo (nem era essa a ideia), mas sei que andei mais do que eu imaginava, e posso andar ainda mais. E fazer mais exercícios, claro.
Ao tirar o FitBit Ultra da caixa, ele vem com quatro itens: o rastreador propriamente dito, que parece um token de segurança de qualquer internet banking, uma base com conector USB para recarregar a bateria e sincronizar com o site, uma munhequeira de tecido com encaixe para o Fitbit e um suporte para cinto.
A primeira sincronia requer um número de série mostrado na pequena tela OLED azul do Fitbit e um software instalado no PC/Mac, assim como preencher seus dados no site do gadget, que registra suas atividades. A sincronia ocorre sem fios: o FitBit Ultra tem um transmissor de 2,4 GHz que envia informacões para o serviço online assim que eu me aproximo da base.
O FitBit Ultra tem apenas a tela OLED de 1″ e apenas um botão. Mede 5,5 x 1,9 x 1,4 cm e pesa apenas 11,3 gramas. Pressionando o botão, vemos o horário atual…
Mais um clique e ele mostra o número de passos dados no dia até o momento
Depois a distância percorrida em quilômetros…
O número de calorias queimadas…
O total de lances de escada que eu subi no dia…
E a curiosa ‘flor do desempenho’: se eu fico muito tempo parado, a flor diminui. Ao me mover, a flor aumenta.
Para usar à noite, é preciso usar a munhequeira. E esse não é o modo mais simples de prender o FitBit Ultra – eu tenho colocado todas as noites o aparelho inteiro dentro da cavidade de pano, para não cair na cama (já caiu duas vezes em 14 noites).
Os resultados
Os dados registrados pelo Fitbit Ultra são enviados para uma página personalizada, que pode ser complementada com mais informações, como alimentação ingerida (para contar calorias), estado de espírito, alergias e outras questões pessoais do dia. Dá para dividir os dados em atividades diárias ou por período.
O último sábado, por exemplo, foi meu dia mais ativo: dei 13.572 passos, subi 36 andares e andei 10,3 km no total (tudo culpa da visita que fiz ao Museu da TAM). Como andei mais de 10 mil passos e subi mais de 25 andares, ganhei “badges” comemorativos como incentivo.
O mais interessante, pra mim, é a questão do sono. E descobri que sou bastante eficiente no sono: média acima de 90% de “sleep eficiency” durante o período. Bom para descobrir quantas vezes acordei – mesmo sem perceber – e o tempo oficial de sono na cama.
Nessas duas semanas, porém, descobri algo mais legal: andei 92,87 quilômetros. É a típica informação que eu não tinha a menor ideia que conseguia andar tanto (pelos meus padrões sedentários) sem fazer exercícios.
Esses 92 km se traduzem em 110.758 passos.
E dá para comparar com outros usuários – de forma anônima – do FitBit Ultra. Se tiver amigos do Facebook que usam o FitBit, dá para tê-los como contatos no FitBit também. E, claro, existem serviços pagos (US$ 50/ano) com dados mais completos e uma balança eletrônica (a Aria Wi-Fi Smart Scale). Não é o meu caso agora.
Ainda tenho muito o que fazer em 2012 para perder os quilos a mais (sim, estou acima do peso mesmo - encontre a barriga verde). O Fitbit (preço sugerido: US$ 99) transforma o simples ato de andar e subir a escada aqui de casa – mesmo sem preocupação com academias e treinos – em algo divertido. De qualquer modo, estou bem curioso para ver a Nike Fuelband de perto.
Tem problemas? Claro: temo pela parte móvel se quebrar, o botão pode ser pressionado por engano dentro do bolso e ativar o modo “sono” sem que você perceba (por isso o desenvolvimento de TOC para checar toda hora se está tudo bem com o pequeno tamagotchi) e a munhequeira noturna nem sempre prende direito o FitBit. A bateria dura, segundo a fabricante, de 5 a 7 dias – tenho conectado o apareho à base a cada 3 dias e tem pouco mais de metade de carga, que é rapidamente preenchido. Por enquanto, o FitBit Ultra valeu o investimento – pena que não vende no Brasil.
Em tempo: a página de erro do Fitbit é sensacional (e altamente calórica!)
2 semanas com o FitBit Ultra (ou como descobri que andei 92 km!) foi publicado no ZTOP. Siga a gente no Twitter e no Facebook.
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